sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Behold The Human Foreplay

If she’s feeling down
I’m there to pick her up
If she’s feeling sober
I’m there to fill the cup
If she’s getting bored
I’m there to tell a joke
If she’s getting emotional
Her tears I’m there to soak
If she wants to dance
I’m there to lead the way
If she’s feeling insecure
I know just what to say
If she’s feeling shy
I’m there to set her free
And if she’s feeling horny
There ends the night for me

Cause then the handsome man arrives
From his spot across the room
And I walk slowly to my corner
Her eyes, an invisible broom
There’s nothing left for me to do
Even less for me to say
No reason to praise the work
Of the world’s best human foreplay

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Interior Decoration

I'm going to take my heart out
To make room for my brain
I hardly ever use it
So there shouldn't be much pain
I know it's quite uncommon
But I go against the grain
With the choice of being sad
I just rather be insane

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Quase

O novo ano está quase a chegar. Estou quase a fazer quase-promessas que só serão quase cumpridas. Estou quase a ficar quase-deprimido pelo balanço que vou fazer deste quase-ano. Estou quase a encontrar um objectivo para esta minha quase-vida.

Estou quase a publicar um livro. Estou quase pronto para deixar de me considerar um quase-escritor. Estou quase certo que o maior sonho da minha vida só me vai deixar quase feliz.

Estou quase apaixonado por quase alguém.

E tenho quase a esperança que tudo isto vai quase mudar.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Paradoxo

Odeio-te.

As minhas entranhas revoltam-se com a mera memória da tua existência. Teres nascido é a prova que Deus não é perfeito.

Morro um pouco por dentro sempre que me deito num dia em que pensei em ti. Como é que é possível que existam pessoas no mundo com uma capacidade tão inata para a crueldade?

Estou farto de ser manipulado por alguém com um QI de dois dígitos e um coração vazio.

Odeio quando me chamas. Odeio ainda mais quando me ignoras.

Derrubaste os alicerces da minha razão.

A minha vida seria tão mais fácil se não fosses o amor da minha vida.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

A Lógica do Amor

Apontou para um par ainda jovem, sentado em dois lugares no canto mais afastado da sala. Vestiam-se com a falsa despreocupação de quem assume o seu aspecto exterior como uma forma de marcar a sua rebeldia contra os conformismos do sistema, simultaneamente apresentando exactamente as mesmas escolhas estéticas que todos os outros ‘rebeldes’ com quem partilhavam opiniões sobre Nietzsche e shots de tequilha. Não podiam ser absolutamente mais nada que estudantes universitários.

«São perfeitos um para o outro. Ela gosta do Citizen Kane, do Star Wars e do Die Hard. Ele ouve quando ela fala e quando responde não está só a arranjar formas de voltar o tema da conversa para ele. Ela é bonita, mas não vaidosa, e não passa todo o santo dia a fazer compras. Ele nunca refila nas poucas vezes em que ela o arrasta. Ela é ainda mais sexy por ser inteligente. Ele é ainda mais charmoso por ter sentido de humor. E, no entanto, desde que ela se sentou que ainda não parou de olhar para o pintas de fato Armani sentado ali ao fundo do balcão».

Esperou que ela olhasse discretamente para o homem sorridente a cinco bancos de distância deles, o protótipo do homem ‘confiante’, com o sorriso típico de quem nunca não está a engatar. Quando ela se voltou de novo, com o canto esquerdo da boca levemente retorcido num esgar de gozo e desprezo, continuou.

«Ela sabe que está com a melhor pessoa que alguma vez encontrou, possivelmente até a sua alma gémea. Confia em mim, ela acredita em almas gémeas. Mas bastava uma vodka de limão e dois dedos de conversa sedutora por parte daquele atrasado mental, para o outro pobre coitado sentado à sua frente estar a ouvir, amanhã ao almoço, um discurso tão sentido quanto ridículo sobre como ela está arrependida, jura que nunca mais volta a acontecer e não compreende por que tem sempre este impulso para se deixar atrair pelos homens que a tratam mal quando tem o mais homem mais perfeito que alguma vez podia encontrar à sua frente».

Quando sentiu que ela ia comentar aquilo que acabara de dizer, interrompeu-a gentilmente com um movimento subtil com a mão que não segurava o copo. O modo como exprimia as suas opiniões era um acto coreografado de pseudo-filosofia, melhor absorvido quando ouvido na sua totalidade. Para ser totalmente honesto, a interrupção também fazia parte da coreografia.

«Mas também não quero que penses que estou a ser totalmente parcial. Ele não tem falta de culpas no cartório. Sabes por que é que ela tem podido estar tão obviamente a olhar para outro homem sem qualquer discussão? Porque ele nem está a reparar. E sabes por que é ele não está a reparar? Porque na sua cabecinha iludida, ele já a tem. Está conquistada. É dele. Nem sequer coloca a hipótese de, depois de ela ter dado o primeiro ‘sim’, alguma possa vez reverter para um ‘não’. A única coisa mais perturbante que a patologia feminina de só se atrairem por homens que vos fazem mal, é a patologia masculina de achar que uma relação amorosa é um acto único de conquista e não uma luta contínua por união».

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Never Drop It, Little Boy

Look at what the boy is holding
Careful, don’t let it fall
As you’re one with the universe
When you’re holding your little ball

He walks gingerly and scared
His task is all but small
His whole life hangs in the balance
Of that shifty little ball

Not immune to what surrounds him
He hears the sexy pleasuring call
Of a life devoid of boundaries
With no scary little ball

But what ominous and vile doom
Shall on his poor head befall
If the careless little idiot
Drops his precious little ball?

He would never let it happen
He would never have the gall
To risk venturing the world
Without his sacred little ball

Content in a land of nothing
Feels no need to have it all
The boy will never hear the sound
Of a bouncing little ball

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

O Homem no Espelho

Sou melhor do que tu.

Sou tão melhor do que tu.

Sou muito mais que um conjunto de piadas recicladas de maus comediantes prontas a sair de um coldre infinito de falta de talento e sensibilidade. Ninguém te acha piada nenhuma. Quanto te criticam ‘satiricamente’, estão na verdade a falar a sério. A tua existência fútil está perdida num fogo cruzado de sarcasmo e metaironia.

Sou inteligente, verdadeiramente inteligente. Tenho capacidade de formar pensamentos críticos sobre o que me rodeia e articulá-los naqueles oásis discursivos a que os antigos davam o nome de ‘opiniões fundadas’. O meu cérebro é mais que um arquivo de informações inúteis prontas a serem esgrimidas como idióticas armas para atingir alguma vácua superioridade. A minha cultura não existe para rebaixar a dos outros.

Sou directo e honesto, sem me tornar mal-educado e desagradável. Tu és exactamente o oposto.

Sou sensível e não tenho medo de o admitir. As estalactites do meu coração abandonado derretem em segundos com um beijo na cara de uma rapariga bonita. Faço um esforço concertado para nunca deixar que dúvidas auto-recriminadoras minem as minhas hipóteses de vir a encontrar amor. Estou farto de te ver a desperdiçar oportunidade atrás de oportunidade para encontrares verdadeira felicidade, simplesmente porque decidiste que era mais fácil queixares-te da tua falta de sorte do que fazeres algo para a tentar mudar. Tens a sorte que mereces.

Sou corajoso.

Sou tão melhor do que tu.

Estou farto de estar do lado errado do espelho.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

With Hair Of Silk

(To C.)

With eyes of brown and hair of silk
The princess sits atop her throne
Her lips searching for the memory
Of the smile that once there shone

Always surrounded by people
Still she can’t help but feel lost
She now knows that an open heart
Comes with an hefty cost

When her tears fall to the ground
The castle rocks and falls apart
Scattering the broken pieces
Of her poor misguided heart

But those pieces are not lost
As hope begins to grow
They will soon be reassembled
To be struck with Cupid’s bow

And as she looks upon her kingdom
Searching for a new light
The princess calls upon her knights
To aid her in the fight

And now her lips begin to open
With a smile that’s all her own
With eyes of brown and hair of silk
The princess stands atop her throne

terça-feira, 16 de setembro de 2008

I Really Do

I like being lonely, it beats being sad
I like being bitter, it beats being mad
I like being loud, it beats being right
I like being quiet, it beats putting up a fight
I like being sarcastic, it beats being sincere
I like eternal longing, it beats having you near
I like being teased, it beats being kissed
I like being forgotten, it beats being missed
I like having followers, it beats having friends
I like driving Porsches, it beats making amends
I like silent acceptance, it beats the push and the shove
I like being myself, it beats being in love

terça-feira, 5 de agosto de 2008

This Dark And Lonely Place

A song by Pedro Quedas

He says the right things
In his very right voice
Sure, he has no girlfriend
But that is just his choice
Everybody loves him
And he loves them right back
Oozing with charisma
That he never seems to lack
Always center stage
Always in demand
He has every single one of you
Eating off his hand
You wish you could be like him
He’s the sun in your sky
He’s the very perfect model
You model your life by

But when he comes home
His colorful life turns grey
He wishes he would find God
Just so that he could pray
He cries without a single tear
Running through his face
He just wants to escape
This dark and lonely place

He says the right things
But he doesn’t really care
He never had a girlfriend
He was never one to share
Everybody loves him
No one gets that he is sad
Faking the charisma
That he never really had
Always center stage
Always in demand
He has every single one of you
Biting off his hand
He wishes he could be like you
With no need to pretend
He stares into the bright lights
Wishing it all to end

And when he comes home
His colorful life turns grey
He wishes he would find God
Just so that he could pray
He cries without a single tear
Running through his face
Lost in his own head
This dark and lonely place

It’s all your damn fault
It’s your own cross to bear
Stop your fucking whining
‘Cause I don’t really care
You wanted to be famous
But you can’t stand the fame?
You chose this life, you coward
You have no else to blame
Now put on your best smile
That’s all I need to see
If I wanted to be sad
I would live my life through me
So start your little dance
The very best that you know
I’m feeling kinda bored
So just get on with the show

And when he comes home
His colorful life turns grey
He wishes he would find God
Just so that he could pray
He cries without a single tear
Running through his face
That’s the fate of his life
This dark and lonely place

sábado, 2 de agosto de 2008

Deus

Deixa-me em paz.

Não preciso da tua aprovação para viver a minha vida. Pára de me enviar zombies com fatos de Carnaval para me tentar vender a tua banha da cobra.

Não acho que seja necessário passar 25 anos sem conhecer verdadeiro amor para lhe dar valor quando este aparecer. Estou farto de ser a tua cobaia, o teu rato de laboratório. Recuso-me a aceitar os caprichos de um cientista louco com requintes de sadismo.

Não admito que te tenha de dar satisfações. A minha vida não começa nem acaba em ti. Se vou ser assim tão subserviente em relação a alguém, acho bem que haja sexo à minha espera no final do dia.

Aquilo que consegui na minha vida, fui eu que o consegui. E a ajuda que tive, foi dos meus amigos. Pára de tomar crédito pela bondade e senso comum inerente aos melhores seres humanos. Só admito que o faças quando admitires que todos os pedófilos, nazis e serial killers também são da tua responsabilidade. Satanás não passa da desculpa de um cobarde que não consegue aceitar que não é perfeito.

E pára de nos fazer crer que criaste a Terra à 6 mil anos atrás. Basta-me pegar numa pedra no chão para provar que isso não é verdade.

Não te aproveites dos mais desafortunados para aumentares o teu clube de sócios. Se queres conquistar o meu respeito, envia missionários sem bíblias. Fá-los dar de comer a africanos à beira da morte sem dizerem uma única vez a razão divina que os impele. Pregar salmos enquanto se dá pão é chantagem emocional da pior espécie. Pára de fingir que é nobre.

Não me vou colocar de joelhos nem simular uma cruz com a mão para que tu saibas que eu acredito em ti. Não passas de uma estrela de rock no crepúsculo da sua carreira, a agarrar-se desesperadamente às poucas e alheadas groupies que ainda lhe restam.

Jesus Cristo não é teu filho. Era simplesmente um homem, que inspirou várias pessoas a praticar o bem. Ao reduzi-lo à divindade inerente à tua progénie, estás essencialmente a dizer que mais nenhuma pessoa consegue - ou vai conseguir - praticar verdadeiro bem.

Eu procuro levar uma vida honesta e pura porque eu quero. Quero que as pessoas façam o bem porque é a atitude correcta, não por medo de retribuição divina. E isso nunca vai ser possível enquanto existires.

As coisas boas que já foram feitas em teu nome são vastamente ultrapassadas pelas coisas más. Estou farto de viver debaixo da tua sombra.

Não acredito em ti. E se acreditasse, não gostava de ti.

A mentira que representas torna o mundo pior.

Deixa-me em paz.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

O Guião

- Não me estás a perceber. O que eu estou a querer dizer é que o facto de a tua vida, até agora, te encaminhar para uma situação razoavelmente semelhante à minha, nada te pode garantir que assim continue. Embora talvez possa, por vezes, não parecer assim, a tua vida não é um guião pré-escrito por nenhuma entidade divina e superior. É uma sequência caótica de acontecimentos que moldam as tuas escolhas. Eu sei que é mais fácil viver a vida numa eterna birra adolescente e queixares-te de como nada te corre bem – acusou , sabendo muito do que estava a falar – Mas é o que tu fazes em resposta às adversidades que molda a pessoa que és. Não os acontecimentos em si.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Vícios

Mesmo os homens mais racionais e obsessivos não conseguem escapar ao vício. Algumas das mentes mais estruturadas e fundamentadas na razão de sempre viram a sua vida minada pela incapacidade de conseguir resistir aos seus impulsos. Fossem os seus vícios tabaco, álcool, drogas, doces ou mulheres. Matar não é mais do que outro impulso a tentar desencaminhar o trilho do bom senso. O facto de ele conseguir conter esse impulso aos seus limites auto-impostos, não o tornava menos irredutível. O que eu quero dizer com isto é que é perfeitamente possível duas pessoas terem personalidades e mesmo experiências partilhadas sem necessariamente partilharem os mesmos vícios. A existência de um vício e a expressão desse mesmo vício não têm necessariamente de se equivaler.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

The Raven Lunatics

Este vídeo é dedicado a todos os que adoram o poema "The Raven", de Edgar Allan Poe, tanto como eu. Bem, isso e pessoas que consideram a religião algo de estranho e fanáticos religiosos à nossa porta algo de impossivelmente irritante.



The Raven Lunatics

Once upon a weekend morning, woken by a sound and yawning
Feeling queasy and faint I pulled my undies from behind the door
While I poked my sagging belly, sniffing at my socks so smelly
Beer-stained jeans strewn on the telly, someone rapping at the door
"Who the fuck is that?" I grunted, "tapping on my bloody door
Must be Mormons. This means war."

Yes I vaguely now remember plans to murder and dismember
Stuff those Mormons in a blender, that will grind them up for sure
Wishing I'd had chance to borrow instruments of pain and sorrow
They won't smile as much tomorrow, with no teeth they'll have to tour
Fucking up my early mornings, every week I must endure
This disease I will now cure

With my inner thoughts came flirting torture plans for brutal hurting
Kill them, drill them! Such a drastic remedy you never saw
Thoughts of giving them a beating, while they gave their sickly greeting
"How's your day sir, we are meeting all your neighbours at their door
We have words of Jesus, greeting all who open up their door
We have been eight times before."

Thus I dreamed as I descended; down the stairs my journey ended
"Who the fuck is that?" I shouted through my anti-God Squad door
And the voices, as expected, came from those I craved dissected
"Jesus Christ of Latter-Day, we're Mormons and we're at your door
Though we came last Saturday we'd like to talk a little more"
Knife in hand, twas time for gore

Out into the daylight leering, I saw Mormons disappearing
Dashing, leaping steps, no Mormon ever ran so fast before
O'er the garden fence they vaulted, like two frightened sheep they bolted
Knowing that if they but halted from their veins much blood would pour
Turning back inside I almost managed to re-close the door
When I gave a mighty roar

Up my garden path approaching, in my private space encroaching
Jovo's Witnesses were broaching subjects I had heard before
"Surely friend you see the power, of our Lord, this is the hour
Would you like to read Watchtower? Let us now your faith explore"
They saw not the knife I carried, knew not what I had in store
This chance I could not ignore

"Step inside, ignore the clutter." Beckoning, I hid the cutter
In they stepped so eagerly I felt it right I should implore,
"Please don't think me too untidy, I've been partying since Friday
Though it looks like someone died he hasn't, that you can be sure
Though this may not be a palace, on my wages it's a chore
I can pay for nothing more

Though religion started piling, thinking "Bullshit" I kept smiling
Digging graves inside my mind I found God easily ignored
Thinking of my daily shaving, would a razor blade engraving
Stop these fuckers and their raving. I was getting very bored
When they stop I'll cut them all to pieces with my Ninja sword
Quoth the Witness, "Praise the Lord"

As they spoke I tried, though vainly, not to laugh at them but mainly
Thought of ways to shut them up - I couldn't bear to hear much more
All at once I mentioned seeing floods of white - the Supreme being?
No, that's right, I fell down skiing. Go on, as you were before
And they didn't take the hint. They droned on, dreary as before
They knew not what was in store

All their ravings seemed psychotic, sounded like something hypnotic
Turned their minds as if they left their sense of reason at the door
Once they almost heard me mutter, "Fuck off back to God you nutter"
Pausing, one of them did utter, "Share your thoughts, let's pray we four"
Counting round the room I saw that yes indeed we now were four
My mate Dave was on the floor

Dave blew off, the fart was broken, stood up and his zip was open
But that didn't matter cos a watch was all that David wore
"Shit, that party rocked - I'm blasted. Never been so fucking plastered
Wait a minute, who's this bastard? Who's that woman? What's the score?
Love those jugs, so tell me darling - you the stripper or the whore?"
This was what Dave called rapport

Now she'd lost her constant smiling, Witness two had started dialing
Seems we were about to greet police aplenty through our door
Quickly Dave sprang into action; though still naked got some traction
And to my great satisfaction took the phone she held before
Panic-stricken, Jovo's finest dropped their Bibles, stormed the door
They had God and he's hardcore

Never mind their sins confessing, these two fought like dogs, no messing
Both the male and female Witness pushed us back against the door
Brawling like a supernova, pretty soon the fight was over
Victory was won, Jehovah kicked our asses round the floor
"Seventh verse, Ezekiel eight reads 'and he brought me to the door'"
With that said they preached no more.

As they left I had a notion that outside I heard commotion
Voices raised and punches swinging, jack boots marching on the floor
Surely not? They knock on Mondays. But it was - a gang of fundies!
See them fight and hear their guns blaze! No-one hates the Jovos more
Redneck fundamentalists - short, bald and stupid at our door
Quoth the fundie, "Holy War!"

Prophesying doom and evil, rapture-ready, God's retrieval
Of the fundie Christians is what they think they have in store
Till you're born again you're taunted, knowledge of the scripture flaunted
No escape - by fundies haunted. They find sinners, they want more
"Hear the word of Jeeesus sinners, beg forgiveness on the floor!"
Now those goons were at my door

Dave, now dressed, and I were rising, fearful of proselytising
By the band of Heaven huggers warning us of Satan's horde
"Sell your souls to God you sinners, atheists are never winners
You'll end up as Satan's dinners, skewered, barbecued and gored
If you're gay the Devil's gonna cut your dick off with his sword
But no pressure, Praise the Lord!"

Now the fundies were departing but, before they could, was starting
Something worse than Jesus cos Al-Qaeda joined, without remorse
Chants of 'God is great' were spoken, fundie bodies dead and broken
All the neighbourhood was woken by extremist jihad force
Death toll rising by the minute - does religion this endorse?
Quoth the Muslims, "Yes, of course"

And religion, never flitting, still on all our lives is shitting
In our schools and in our streets the faith heads speak out more and more
But we'll fight against their scheming, atheists will keep on dreaming
Maybe one day we'll be beaming news that faith has hit the floor
And we'll get some sleep at weekends with no God Squad at our door
Make it soon and evermore!

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Escolhas

Nunca imaginou alguma vez vir a sentir aquilo. Na verdade, nunca imaginou alguma vez vir a sentir. Sentia-se, pela primeira vez na sua vida, verdadeiramente livre. Livre de pressões, de depressões, de juízos e auto-repressões. Livre de si mesmo. A felicidade, um conceito no qual já havia perdido a esperança, inundava o seu ressequido coração com uma alegria impossível de descrever e, até há poucos momentos atrás, impossível de sentir.

Havia passado grande parte da última hora a tentar-se convencer que se estava a iludir, que era impossível uma mulher tão gira e inteligente estar sequer remotamente interessada num tipo como ele, que era a bebida a falar. Era um debate interior que se originava na sua cabeça desde que tinha descoberto a irresistível sedução do outro sexo. E de todas as vezes que tal acontecia, o seu coração era brutalmente derrotado pela sua racionalidade.

Por isso estranhou tanto quando deu por si a considerar sequer a hipótese de correr um risco para ser feliz. Tinha passado tantos anos a controlar-se que o ténue vislumbre de uma vida espontânea o inebriava, de uma forma muito mais intensa que qualquer copo que alguma vez tivesse bebido.

Sabia que tinha muitos esqueletos no seu armário, muitos segredos que nunca poderia vir a partilhar. Mas o amor não é um sentimento de pequenas mentiras, mas de grandes verdades. A vida era uma sucessão de escolhas e, por uma vez na vida, escolheu ser feliz.

Quando ela voltou a olhar para ele, deixou o seu mais puro sorriso falar:

- Tenho uma coisa a dizer-te.
- Ok... mas agora espera só um bocadinho – respondeu, levantando-se – Vem aí o meu namorado...

domingo, 29 de junho de 2008

Destino

Nunca fui muito de acreditar em destino. Sempre me recusei a aceitar que a minha vida não passa de uma história já contada que ainda estou a viver. Sempre me recusei a aceitar que a monotonia anestesiante da minha vida não é mais que uma piada de café entre dois deuses embriagados no Bar do Fim do Tempo.

Mas não sou um ávido defensor do poder do empreendimento humano. Longe disso. Sempre achei que a quantidade de pessoas que morrem todos os anos atingidas por raios é uma prova bastante irrefutável dos limites da auto-confiança.

Não, não tenho dúvidas que existem forças superiores a mim mesmo, forças que me controlam, limitam, prendem o meu corpo e o mantêm bem longe dos céus onde a minha mente flutua. Sou demasiado racional para não conceber o conceito de limites naturais. Simplesmente não consigo ver ordem nessas forças, só caos. Completo, denso e irredutível caos.

No entanto, apesar do turbilhão emocional que se apodera do meu coração a cada segundo que passa, sempre mantive uma atitude exterior de obsessiva organização e necessidade de controlo. Uma gola torta na camisola de alguém à minha frente é o suficiente para arruinar a minha boa-disposição. Tal como um garfo ligeiramente desalinhado numa mesa, de outro modo, perfeita. O mundo à minha volta tem de estar perfeito. E essa perfeição tem de ser definida por mim.

Esta minha crença no caos das forças exteriores é, portanto, constantemente interpretada como um paradoxo numa pessoa que regimenta a sua vida de uma forma tão obsessivamente ordenada, mas nunca achei que fosse. Na verdade, considero que a predominância da minha própria ordem pessoal é a grande razão porque não consigo aceitar qualquer outro tipo de ordem. A Natureza é um limite do corpo. Deus é um limite da mente.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

The Death Of A Modern Man

"A Modern Man"

«I'm a modern man, a man for the millennium, digital and smoke free. A diversified multicultural postmodern deconstructionist, politically, anatomically and ecologically incorrect. I've been uplinked and downloaded. I've been inputted and outsourced. I know the upside of downsizing. I know the downside of upgrading. I'm a high tech lowlife. A cutting edge state-of-the-art bicoastal multitasker, and I can give you a gigabyte in a nanosecond.

I'm new wave but I'm old school, and my inner child is outward bound. I'm a hot wired heat seeking warm hearted cool customer, voice activated and biodegradable. I interface from a database, and my database is in cyberspace, so I'm interactive, I'm hyperactive, and from time-to-time, I'm radioactive.

Behind the eight ball, ahead of the curve, riding the wave, dodging a bullet, pushing the envelope. I'm on point, on task, on message, and off drugs. I got no need for coke and speed, I got no urge to binge and purge. I'm in the moment, on the edge, over the top, but under the radar. A high concept, low profile, medium range ballistic missionary. A street-wise smart bomb. A top gun bottom feeder. I wear power ties, I tell power lies, I take power naps, I run victory laps.

I'm a totally ongoing bigfoot slam dunk rainmaker with a proactive outreach. A raging workaholic. A working rageaholic. Out of rehab, and in denial. I got a personal trainer, a personal shopper, a personal assistant, and a personal agenda. You can't shut me up, you can't dumb me down. 'Cause I'm tireless, and I'm wireless. I'm an alpha male on beta blockers.

I'm a non-believer and an over-achiever. Laid back but fashion forward. Up front, down home, low rent, high maintenance. Super size, long lasting, high definition, fast acting, oven ready, and built to last. I'm a hands on, foot loose, knee jerk, head case. Prematurely post traumatic, and I have a love child who sends me hate mail.

But I'm feeling, I'm caring, I'm healing, I'm sharing. A supportive bonding nurturing primary care giver. My output is down, but my income is up. I take a short position on the long bond, and my revenue stream has its own cash flow. I read junk mail, I eat junk food, I buy junk bonds, I watch trash sports. I'm gender specific, capital intensive, user friendly, and lactose intolerant.

I like rough sex. I like tough love. I use the f word in my email, and the software on my hard drive is hardcore, no soft porn. I bought a microwave at a mini mall. I bought a minivan in a mega store. I eat fast food in the slow lane. I'm toll free, bite sized, ready to wear, and I come in all sizes.

A fully equipped, factory authorized, hospital tested, clinically proven, scientifically formulated medical miracle. I've been pre-washed, pre-cooked, pre-heated, pre-screened, pre-approved, pre-packaged, post-dated, freeze-dried, double-wrapped, vacuum-packed, and I have an unlimited broadband capacity.

I'm a rude dude, but I'm the real deal. Lean and mean. Cocked, locked and ready to rock. Rough tough and hard to bluff. I take it slow. I go with the flow. I ride with the tide. I got glide in my stride. Drivin' and movin', sailin' and spinnin', jivin' and groovin', wailin' and winnin'. I don't snooze, so I don't lose. I keep the pedal to the metal, and the rubber on the road. I party hearty, and lunch time is crunch time.

I'm hanging in, there ain't no doubt. And I'm hanging tough, over and out».

George Carlin (1937-2008)

terça-feira, 24 de junho de 2008

Os Jovens Adultos

Olha para eles. Nenhum com mais de 25, 26 anos, cansados, explorados, ansiosos por poderem parar de fingir que percebem o que estão a fazer neste mundo. Vestidos em fatos caros que não condizem com os seus ares sonhadores e distantes, olham para o fundo do seu terceiro copo de whisky na esperança que a anestesia nebulosa da primeira bebedeira do fim de semana os ajude a esquecer a profunda falta de propósito a que as suas vidas chegaram. Morto que está o romance com o conceito do “primeiro emprego”, não pensam agora em mais nada que o tempo a passar. Quantas horas para ir para casa? Quantos dias para o fim de semana? Quantos meses para as férias? Quantos anos para a reforma?

Triste sina a dos jovens adultos. Sem tempo para serem jovens e sem dinheiro para serem adultos.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Diários

Lembrou-se de uma conclusão a que tinha chegado há cerca de cinco anos atrás (aquela altura da sua vida em que achava que era verdadeiramente possível chegar a qualquer tipo de conclusão): não tinha jeito para escrever diários. Sempre que tentou, em criança, escrever um diário, cansava-se a meio e nunca escrevia nada que tornasse o papel mais que futuro material de reciclagem. Ao ler o que havia escrito, apercebeu-se que, pelo contrário, não conseguia escrever nada que não fosse, de uma forma ou de outra, uma espécie de diário – um diário escrito em balas e colorido a sangue.

Desde pequeno que se isolava no seu mundo de histórias e crimes. Em muitas conversas na esplanada da sua faculdade havia-se esforçado por fornecer os seus amigos (e a sua própria psique confusa) com explicações freudianas de expiação de sentimentos e frustrações através da escrita – de como a sua escrita, violenta e sarcástica, era uma forma de reagir às atrocidades sociais de uma forma que os seus códigos de conduta não lho permitiam. Mas a verdade (esse monstro indestrutível que mais do que procurar ele se esforçava por evitar) é que era um homem (?) muito só. Tinha muitos amigos, mas isso é um factor totalmente alheio ao sentimento de solidão.

Penso que só quem já alguma vez se sentiu realmente só pode compreender na totalidade a natureza destrutiva da solidão. Aquele frio permanente a percorrer o estômago lembrando-nos constantemente de que ninguém nos ama. Não interessa que alguém nos diga eventualmente o quão especiais nós somos. Ao fim de algum tempo de exposição a este sentimento, ganha-se uma consciência, racional, de que ele nunca vai terminar. Estabelecemos uma relação obsessiva com o nosso coração (ou assim nós julgamos, pois ao fim de algum tempo este deixa de conseguir impor os seus desígnios face ao jugo tirânico do cérebro) e procuramos incessantemente a saída. Mas não a encontramos. Pois na solidão só encontramos mais solidão. Cada pessoa que nos ignora (ou simplesmente prefere outra) empurra-nos cada vez mais para dentro do nosso próprio casulo.

Era essa a razão porque escrevia as suas histórias – não para expiar sentimentos mas para os sentir. Porque na solidão não há alegria, tristeza, alívio, medo, nada – apenas solidão. E porque a sua obsessão auto-depressiva havia incapacitado de tal forma a sua capacidade de se relacionar, social ou espiritualmente, consciencializou-se que a única forma de chegar aos sentimentos era ir além deles, apanhá-los na sua forma de expressão artística. Sabia perfeitamente que não passavam de simulacros auto-induzidos – mentiras cósmicas disfarçadas de palavras. Mas também sabia que eram a única coisa que o mantinha vivo.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Irrita-me

Irritam-me pessoas que me perguntam qual é a minha fantasia sexual favorita. No que me diz respeito, fazer sexo já é fantasia suficiente.

Irritam-me tops com coisas escritas. Como se eu precisasse de mais uma desculpa para olhar na direcção do decote de uma mulher.

Irrita-me não conseguir parar de cantar músicas de filmes da Disney sempre que bebo um copo a mais. Irrita-me que o fruto do meu vizinho pareça melhor que o meu e que o seu sonho de ir lá em cima, eu creio, é engano seu. Irrita-me que a minha cultura musical disparatadamente eclética tenha o condão de atrair amigas e repudiar namoradas.

Irrita-me que tão poucas pessoas compreendam o valor e investimento emocional em passar uma noite inteira sem dormir por causa de um videojogo. E irrita-me que os que compreendem, lhe dêem demasiado valor e investimento emocional.

Irrita-me ver modelos a dizer que só querem um homem com sentido de humor. Se o George Clooney anunciasse ao mundo que era um pedófilo ninfomaníaco com um fetiche por borracha e que gosta de fazer sexo com animais mortos, 90% da população mundial continuaria a achar isso charmoso. E muito mais atraente que qualquer piada minha.

Irrita-me ter de me vestir de preto para ouvir um concerto de Metallica. Irrita-me que todas as “contra-culturas” tenham códigos de vestuário, hinos oficiais e falsos profetas.

Irrita-me quem acredita que Deus precisa de rituais pré-fabricados para aceitar a tua fé. Irrita-me quem acredita que um ser perfeito possa ser tão superficial e mesquinho. E odeio quem os fez acreditar nisso. Irrita-me que não acreditar em Deus não passe de outra forma de religião. Irrita-me não acreditar em Deus. A minha vida podia ser tão mais fácil.

Irrita-me esta tendência de considerar que ser culto é ser arrogante, e pessoas que acham que tirar um curso universitário não é mais que passar meia década em coma alcoólico. E depois irrita-me ver pessoas com cursos universitários a dizer “Ra-X” e a darem-lhes razão.

Irritam-me pessoas que dizem que não se interessam por política, mas depois se queixam de como não são representadas. Que gritam injúrias abafadas sobre a exploração dos seus patrões, mas depois desprezam quem faz greve em protesto.

Irritam-me pessoas que acham que não votar é o mesmo que votar em branco. Como se não conseguir sequer tirar o cu do sofá para ir buscar uma cerveja à cozinha fosse alguma forma de rebeldia contra o sistema.

Irritam-me pessoas que dizem não ser de esquerda nem de direita, com medo que de algum modo sejam vistos como “políticas” e, como tal, parciais. Irrita-me que política e retórica se tenham tornado palavras feias. Irrita-me que conservadorismo não seja. Irritam-me liberais com medo e fascistas com coragem a mais. Irritam-me minorias que votam à direita. Não compreendo mulheres que votam à direita. Irrita-me que uma “minoria” de 51% ainda seja silenciosa. Irrita-me ainda mais que quando as minorias quebram o silêncio não sabem falar sobre mais nada que sobre a sua condição de minoria. Irrita-me não ter forma de compreender por que o fazem.

Irritam-me todas as pessoas que me vão dizer que eu tenho “queda” para isto depois de lerem este texto. Irritam-me pessoas que gostam de humor fácil porque são burras e ainda mais as que gostam de humor fácil porque não percebem que isso não é ser irónico.

Irritam-me pessoas que insistem em repetir o mesmo comentário vazio na esperança que se torne mais interessante pela repetição. Irrita-me que não percebam a figura triste que estão fazer. Irrita-me pensar coisas tão cruéis sobre os outros.

Irrita-me fazer tudo pelos outros e nada por mim. Irrita-me ser convencido ao ponto de achar que faço tudo pelos outros mas pessimista o suficiente para achar que não faço nada por mim.

Irrita-me sentir a compulsão de pedir desculpa sempre que alguém me pisa na rua e continua a andar sem dizer uma palavra. Irrita-me ficar irritado por ser bem-educado.

Irrita-me que respeitar o próximo seja considerado fraqueza e ser um atrasado mental honestidade. Irrita-me que só saibamos utilizar a liberdade para gritar obscenidades. Irrita-me quem acha que só os carecas tatuados é que são racistas.

Irritam-me pessoas que acham que é preciso acontecer algo de mau para eu me deprimir. Irrita-me quem não compreende esta minha maneira de ser. Irrita-me quem não me compreende. Irrita-me saber tudo e não compreender ninguém.

Irrita-me nunca chorar. Irrita-me ainda mais não saber se isso é um motivo de orgulho ou embaraço.

Irrita-me saber que não vou chegar a lado nenhum sem ajuda. E irrita-me que isso me irrite. Irrita-me que isso me irrite.

Irrita-me só ter coragem para dizer o que penso e nunca o que sinto.

E irrita-me já ter sido suficientemente fraco para ter feito quase tudo aquilo que me irrita.

sábado, 14 de junho de 2008

The End

Nunca consigo começar a escrever nada sem pensar antes como vai acabar. Portanto aqui vai:

RIP

Pedro Quedas
AKA "O Bravo"

Amigo eterno
Deixa um manancial virtualmente interminável de comentários sarcásticos por fazer

(1982-2082)