quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Ode ao que há-de vir

Amo-te pelos tiques irritantes que tens quando falas, quando comes, quando respiras, quando dormes, quando andas, quando te deitas, quando te preparas para vestir. Amo-te porque és perfeita.

Amo-te porque me fazes perder toda a coordenação motora e coerência mental. Amo-te pelo caos que trouxeste à minha vida. Amo-te porque a tua presença me deixa em paz.

Amo-te porque me fazes sentir como se mais ninguém fosse importante. O teu amor enche-me o ego de forma a fazer transbordar todas as dúvidas e auto-recriminações. Amo-te porque me fazes sentir incompleto.

Amo-te porque quando estamos juntos nunca nos falta tema de conversa. Falamos sobre tudo com o desprendimento natural de quem está verdadeiramente a ouvir o outro. Amo-te porque os nossos silêncios nunca são desconfortáveis.

Amo-te por todos os sinais subtis que me envias sempre que falamos. Amo-te pela sugestão quase imperceptível que invade o teu olhar quando nos vemos. Amo-te porque o nosso amor não é um jogo.

Amo-te porque soube que queria casar contigo desde a primeira vez que te vi. Amo-te porque a nossa co-dependência nunca nos privou da nossa liberdade.

Amo-te porque, quando falo contigo, as palavras mais bonitas fluem dos meus lábios sedentos como rosas perfeitas atiradas aos pés das divinas musas da inspiração. Amo-te porque perco o domínio do alfabeto quando te aproximas.

Amo-te porque me fazes perder o medo da morte. Amo-te porque não consigo imaginar a vida sem ti.

Amo-te porque nunca me vou esquecer de te dizer tudo isto. Vezes e vezes e vezes sem conta.

Quando te encontrar.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

E Depois?

No outro dia voltei a pensar sobre a morte. Detesto quando o faço. O meu coração entra em queda livre num precipício de angústia e neurose, cada vez mais apertado à medida que vai descendo, gradualmente metamorfoseando num pequeno ponto negro de tudo o que há de pior na alma humana. Normalmente passa ao fim de pouco mais de cinco minutos, mas são sempre os piores cinco minutos da minha vida...

Tenho um medo terrível da dor incontornável dos últimos estertores da morte, mas não é essa a razão por que me angustio. Tenho uma vergonha inabalável da possibilidade de morrer sem ter causado um verdadeiro impacto no mundo, mas não é essa a razão por que sou neurótico. Sou perseguido diariamente por instintos de auto-depreciacão pela minha incapacidade genética de ‘jogar ao amor’, mas não é essa a razão por que temo a morte.

Sou egocêntrico. Muito egocêntrico. O meu mundo começa e acaba em mim (são raras as vezes em que o admito abertamente, mas os meus melhores dias são aqueles em que resisto ao impulso de controlar quem eu verdadeiramente sou). Como tal, não consigo conceber o mundo sem mim. A minha racionalidade compulsiva não consegue conceber a ideia de uma estação final. Do fim da viagem. De não ter mais nada para fazer. Parar de respirar. Parar de viver. Parar de pensar.

Nos meus momentos de maior fraqueza e fragilidade, entretenho-me com a mentira de uma vida após a morte. Duvido que fosse para o Céu, mas não porque ache que iria para o Inferno. Adorava ter uma oportunidade de dizer a Deus o que penso dele, mas não creio que passe dos primeiros portões. Tenho a certeza que me tornaria um fantasma, um espírito invisível com assuntos por resolver – a divina ironia. Mas, francamente, não teria ninguém para assombrar...

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

After The Beep

Hello, it's me again
Sorry about the other day
I got honest for a second
And had nothing else to say

We were friends for far too long
I had no more strength to fake
My heart had to breathe a little
For fear of my heart to break

I was drunk and now I'm sober
With a headache I can't shake
And yet I regret nothing
About my sweetest mistake

I'm ready to walk away now
My soul's no longer sick
So I'll say it one more time
You're the one I'll always *click*