quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Ode ao que há-de vir

Amo-te pelos tiques irritantes que tens quando falas, quando comes, quando respiras, quando dormes, quando andas, quando te deitas, quando te preparas para vestir. Amo-te porque és perfeita.

Amo-te porque me fazes perder toda a coordenação motora e coerência mental. Amo-te pelo caos que trouxeste à minha vida. Amo-te porque a tua presença me deixa em paz.

Amo-te porque me fazes sentir como se mais ninguém fosse importante. O teu amor enche-me o ego de forma a fazer transbordar todas as dúvidas e auto-recriminações. Amo-te porque me fazes sentir incompleto.

Amo-te porque quando estamos juntos nunca nos falta tema de conversa. Falamos sobre tudo com o desprendimento natural de quem está verdadeiramente a ouvir o outro. Amo-te porque os nossos silêncios nunca são desconfortáveis.

Amo-te por todos os sinais subtis que me envias sempre que falamos. Amo-te pela sugestão quase imperceptível que invade o teu olhar quando nos vemos. Amo-te porque o nosso amor não é um jogo.

Amo-te porque soube que queria casar contigo desde a primeira vez que te vi. Amo-te porque a nossa co-dependência nunca nos privou da nossa liberdade.

Amo-te porque, quando falo contigo, as palavras mais bonitas fluem dos meus lábios sedentos como rosas perfeitas atiradas aos pés das divinas musas da inspiração. Amo-te porque perco o domínio do alfabeto quando te aproximas.

Amo-te porque me fazes perder o medo da morte. Amo-te porque não consigo imaginar a vida sem ti.

Amo-te porque nunca me vou esquecer de te dizer tudo isto. Vezes e vezes e vezes sem conta.

Quando te encontrar.

5 comentários:

Chicotadas disse...

Cheers ao que há-de vir!

AR disse...

Não é assim tão linear e/ou perfeito.

Mas não há remédio para um romântico inveterado!

Clau disse...

Adorei...
Bj

CarMG disse...

Fui apresentada a este texto pela Ode que é, mais do que propriamente ao blog em si, e fiquei siderada com o que li. Adorei a intensidada e a facilidade com que está escrito o que, algumas vezes ao longo da vida, nos passa pela cabeça sem o conseguir traduzir em palavras. Aqui é poesia :)

Gostei muito.
Vou passando para ver o resto!

Anónimo disse...

Ridículo.